terça-feira, 8 de setembro de 2015

               HCor realiza implante de dispositivo inovador que melhora circulação sanguínea no coração
 Técnica minimamente invasiva denominada MitraClip, realizado em apenas sete pacientes no país, reduz sintomas de cansaço e falta de ar sem a necessidade de cirurgia
 
            O HCor – Hospital do Coração, em São Paulo, acaba de realizar o implante de um dispositivo percutâneo inovador para tratar a insuficiência mitral – quando uma válvula do coração, chamada de mitral, fica com defeito e prejudica a circulação sanguínea, e faz com que um pequeno volume de sangue retorne para os pulmões, ao invés de sair do coração para irrigar o corpo. A técnica, chamada MitraClip, foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e realizada em apenas sete pacientes no Brasil – dois deles no HCor.
         "Trata-se de uma técnica inovadora de tratamento capaz de reduzir significativamente os sintomas de cansaço e falta de ar, bem como na melhora da qualidade de vida de pacientes com insuficiência cardíaca, que não respondem ao tratamento medicamentoso. A técnica também reduz o risco de edema pulmonar e reinternações hospitalares frequentes", explica o cardiologista da Hemodinâmica do HCor e responsável pelo implante do dispositivo nos dois pacientes do hospital, Dr. Alexandre Abizaid.
Melhora da circulação sem necessidade de cirurgia - De acordo com o cardiologista do HCor, o dispositivo MitraClip irá reparar a válvula mitral sem a necessidade de um procedimento cirúrgico invasivo. “Ele é inserido no coração através da veia femoral, um vaso sanguíneo na perna. O dispositivo é um metal especial que une as duas cúspides da mitral para evitar que o refluxo de sangue retorne para o átrio, e, assim permitir que o coração bombeie sangue de maneira mais eficiente”, explica Dr. Abizaid.
            A expectativa de vida da população brasileira aumentou significativamente nos últimos anos. Estima-se que o país seja o sexto no número de pessoas idosas em 2025, quando deve atingir 32 milhões de pessoas com 60 anos de idade ou mais, de acordo com a pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso significa que as pessoas estão vivendo mais, porém as chances de o indivíduo desenvolver doenças crônicas também são mais altas, especialmente as cardiovasculares, que são a principal causa de morte no país.
            De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, em 2013, 4,2% (6,1 milhões) das pessoas com 18 anos de idade ou mais apresentaram um diagnóstico clínico de cardiopatia, e os indivíduos com mais de 75 anos de idade são os mais afetados. A insuficiência mitral afeta uma em cada 10 pessoas com 75 anos ou mais. A doença pode ser progressiva e de risco à vida, na qual uma válvula mitral causa um fluxo contrário de sangue no coração.
           “A condição pode aumentar o risco de batimentos cardíacos irregulares, acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca. A cirurgia de válvula mitral cardíaca aberta é o tratamento padrão, mas diversas pessoas possuem um risco muito alto para o procedimento invasivo. E as medicações são limitadas em reduzir os sintomas, mas não são capazes de interromper a progressão da doença”, enfatiza Dr. Abizaid.
            Para o cardiologista do HCor, o procedimento com MitraClip demonstrou resultados satisfatórios nestes dois pacientes e trouxe benefícios como a redução no tempo de recuperação, por ser um procedimento minimamente invasivo, além da diminuição da permanência no hospital.
Sintomas da insuficiência mitral
Falta de ar, especialmente ao fazer algum esforço ou quando for dormir;
Cansaço;
Tosse, principalmente à noite;
Palpitações no coração e coração acelerado;
Inchaço nos pés e tornozelos.

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