quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Cresce número de mulheres que precisam de ‘ajuda’ para engravidar


Com o avanço da ciência, mais e mais mulheres buscam ‘ajuda especializada’ para ter um bebê. Nos Estados Unidos, de acordo com a Society for Assisted Reproductive Technology, em 2012 nasceram dois mil bebês a mais do que no ano anterior a partir de técnicas de fertilização assistida – totalizando quase 62 mil. Esse panorama otimista vai de encontro a uma forte tendência naquele país, que é a queda – desde 2007 – na taxa de natalidade. O Brasil vive situação semelhante: queda na quantidade de filhos por casal (1,8) e aumento da taxa de bebês que nascem por meio de fertilização in vitro. Na opinião de Assumpto Iaconelli Junior, especialista em Medicina Reprodutiva e diretor do Grupo Fertility, cada vez mais os casais priorizam carreira e estabilidade financeira, deixando para aumentar a família depois.

“Entre os anos 80 e 90, a maioria das mulheres engravidava com vinte e poucos anos e tinha pelo menos dois filhos até os 30 anos. Hoje, muitas estão deixando para ter o primeiro filho com 30 anos ou mais. Trata-se de uma tendência mundial. Embora elas tenham mais acesso a tratamentos de saúde, a fertilidade sofre relevante declínio com o tempo. Até mesmo as técnicas de fertilização assistida têm taxas de sucesso inferiores para pacientes com mais de 35 anos. Nessa faixa etária, por exemplo, um em cada três casais terá de recorrer a tratamento para ter um bebê. Daí a importância, também, do planejamento. Se o casal tem consciência de que vai adiar o máximo possível uma gravidez, é prudente buscar aconselhamento com profissionais especializados para minimizar os problemas”, diz Iaconelli.

Um dos entraves da maternidade tardia é, como citou o médico, a queda brusca na taxa de fecundidade feminina. Mesmo analisando somente os tratamentos de fertilização assistida, a queda é acentuada. De acordo com a entidade norte-americana, em 2012 as taxas de sucesso dos tratamentos de fertilização in vitro foram de 40% para pacientes com menos de 35 anos, 31% para quem tinha entre 35 e 37 anos, e de apenas 3,9% para mulheres com 42 anos ou mais. No ano passado, os resultados aqui no Brasil foram mais promissores. “Alcançamos uma taxa de gestação de quase 45% para mulheres entre 31 e 35 anos e de 40% para pacientes na faixa etária de 40 anos. São bastante expressivas e revelam o quanto temos avançado em termos de tecnologia e profissionais especializados”, revela o especialista.

De acordo com o 7º Relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões, da Anvisa, houve aumento médio de 5% no número de embriões produzidos e ciclos de fertilização in vitro realizados entre 2012 e 2013. Enquanto a quantidade de embriões produzidos saltou de 93 mil para mais de 98 mil, os ciclos realizados aumentaram de 21 mil para 24 mil – com taxa média nacional de fertilização em 74%. Desde 1978, quando nasceu o primeiro “bebê de proveta”, no mundo todo já nasceram mais de cinco milhões de bebês a partir de técnicas de reprodução assistida.

Fontes:
Dr. Assumpto Iaconelli Junior, médico ginecologista, especialista em Medicina Reprodutiva, sócio-diretor do Fertility Medical Group.

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