quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Uso de cortisona no tratamento da artrite reumatoide pode ser reduzido, sugere estudo
 Para médica, é possível até mesmo retirar totalmente a cortisona do tratamento, eliminando seus agressivos efeitos colaterais, com uso de medicamentos biológicos
 
 
É possível reduzir drasticamente o uso de cortisona no tratamento de artrite reumatoide, doença que atinge três vezes mais mulheres do que homens em idade adulta. É o que aponta um recente estudo feito por pesquisadores franceses que utilizaram medicamento biológico em 130 pacientes com artrite reumatoide e publicado recentemente no Oxford Journals Rheumatology.
 
E a ideia vem sendo comprovada na prática clínica por uma das maiores autoridades em doenças reumáticas no Brasil, a Dra. Evelin Goldenberg, médica da Unifesp, que já eliminou a cortisona em muitos pacientes e obteve resultados ainda melhores. “Eliminar a cortisona é um passo fundamental no tratamento especialmente porque os pacientes são predominantemente mulheres e os efeitos colaterais da cortisona são muito agressivos”, avalia a reumatologista.
 
Ganho de peso, aparecimento de estrias, espinhas e pelos são alguns dos efeitos colaterais mais comuns ao tratamento com cortisona. As pacientes também podem desenvolver “moonface” (ou “cara-de-lua-cheia”: quando o rosto fica totalmente arredondado) e os riscos de diabetes, osteoporose, glaucoma e hipertensão também aumentam com o uso intensivo da droga. “O resultado é a destruição da autoestima da mulher”, explica a Dra. Goldenberg. “Por isso a comprovação de que os medicamentos biológicos podem até mesmo eliminar o uso de cortisona é uma grande notícia para os pacientes. Vale lembrar que esses medicamentos estão disponíveis via SUS e planos de saúde”, completa.
 
O estudo conduzido na Universidade de Dijon, na França, observou que mais da metade das pacientes (53,8%) com artrite reumatoide reduziram as suas doses diárias de corticoides, passando de 10 mg/diários na primeira semana para 5 mg/diários ou menos na vigésima quarta. A corticoterapia foi retirada completamente em um paciente na quarta semana, três na oitava, oito na décima segunda, e 15 pacientes na vigésima quarta.
 
A artrite reumatoide é um dos tipos mais comuns de doenças reumáticas, que só no Brasil atingem mais de 12 milhões de pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde. Não existe cura para artrite reumatoide, mas o diagnóstico precoce e tratamento adequado permitem que o paciente possa desfrutar de boa qualidade de vida, sem limitações.

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